quinta-feira, 19 de maio de 2011

A superação real

Finalmente assisti ao ganhador do Oscar de melhor filme deste ano, O DISCURSO DO REI (The Kings Speech). E posso dizer uma coisa: mereceu. O filme tem tudo o que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pode almejar num longa-metragem: roteiro com bases históricas, elenco afinado para  personagens carismáticos, superação pessoal e profissional, redenção, direção de arte e fotografia impecáveis, além da própria direção do longa, que concedeu também o Oscar a Tom Hooper.  Particularmente meu filme preferido era CISNE NEGRO, seguido de BRAVURA INDÔMITA, mas tenho que dar o braço a torcer: a academia foi justa.

O filme conta a história real do rei George VI (Colin Firth, magnífico e devidamente oscarizado), pai da atual rainha da Inglaerra, Elizabeth II, e sua luta para superar a gagueira frenética, resultado de uma infância bem atribulada, quando vivia a sombra do irmão mais velho, o futuro rei Edward III (Guy Pierce) que viria a abdicar do trono, e sofria todo o tipo de maus-tratos por parte de babás e tutores preocupados com sua escrita canhota.  Quando a Grã-Bretanha se viu numa situação iminente de guerra contra a Alemanha nazista, após a morte do Rei George V (Michael Gambom, o Dumbledor de Harry Potter), o sucessor abdica do trono em detrimento a sua vida fanfarrona e a direção do império cai nas mãos do caçula, que apesar de sempre ter almejado uma posição importante no reinado, nunca esteve realmente preparado para assumir o trono, ainda mais com a dificuldade na fala. Eis então que entra em cena Lionel Logue (Geoffrey Hush) um ator australiano frutrado que ganha a vida – e com esmero! –  como fonoaudiólogo. Reticente a princípio, o futuro Rei é convencido pela esposa e futura rainha mãe Elizabeth (Helena Bohan Carter, ótima, roubando a cena com também faz em Harry Potter, como Bellatrix Lestrange), a dar continuidade ao tratamento e superar seu maior inimigo: ele mesmo, quando inseguro.

Mais do que um filme com mensagem de “por trás de um grande homem vem sempre uma grande mulher” (mesmo porque, embora marcante, a participação de Bohan Carter é um tanto limitada; afinal o filme não é sobre sua personagem), ou “a amizade acima de tudo ajudando a superar desafios”, o roteiro oscarizado de David Seidler fala sobre superação pessoal, uma jornada do herói diferente, onde o inimigo mora dentro de você e só você pode superá-lo, e nunca de maneira piegas.  Imperdível.

Fique o trailer do filme:

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