quinta-feira, 28 de julho de 2011

O fim de uma era

E chegamos ao fim daquela que podemos afirmar ser a maior saga da história do cinema. Harry Potter e as Relíquias da Morte – parte 2 encerra uma jornada cinematográfica iniciada há 10 anos e que desde então prometia ser muito mais do que uma aventurazinha infantil, visto que quando o primeiro filme chegou as telas, em dezembro do já longínquo 2000, o terceiro livro (de um total prometido – e cumprido – de sete) já estava nas livrarias de todo o mundo.

Não vou ficar aqui divagando sobre a qualidade dos livros, que embora apresentem sim mais adjetivos positivos que negativos, deixa muito a desejar em termos literários, visto que, sem exageros, mas de 70% do que J. K. Rowling escreveu foi “chupado” de outras obras, como o próprio Senhor dos Anéis, de Tolkien. Claro, nada se cria, tudo se transforma (ou copia), não é mesmo? E o maior mérito dessa cópia, digo, transformação literária foi ter trazido as crianças e adolescentes dos anos 2000 o prazer da leitura, que nunca as devia ter abandonado.

Isto posto, criou-se então a expectativa mais que plausível e previsível de se transpor para as telonas toda aquela magia que, se não era inédita, pelo menos era fascinante! Passou-se então dez anos e após seis filmes, que assim como os livros tinham seus altos e baixos, chegamos ao grand – e  épico! –  finale, que, por um motivo meramente comercial foi dividido em duas partes, mesmo que os fãs mais xiitas afirmem que os produtores bonzinhos estavam apenas pensando neles, dividiram o último livro em dois filmes, de modo que “nada ficasse de fora”. Realmente, nada ficou de fora, mas muita coisa foi adaptada, claro, para dar mais ritmo a fita. Ritmo esse, aliás, que ficou de fora na primeira metade, lançada nos cinemas ano passado, e cuja resenha você pode ler aqui.

(Atenção: pode conter spoilers.)

Assim como no livro, a segunda metade sim transborda em ação, suspense, drama e aventura. Magistralmente dirigido por David Yates (que senta na cadeira do diretor desde o quinto filme da saga), com efeitos especiais de cair o queixo mas que nunca sobrepõe-se a ação em si, “RELÍQUIAS DA MORTE – parte 2” deixa no ar a pergunta fatídica: por que mesmo dividiram o livro em dois filmes? Ou pior ainda: por que mesmo existiu a parte 1? Se os fãs xiitas não conseguirem abrir os olhos para a clareza da resposta, eu desisto de fazer-me entender.

Daniel Redcliff, a frente do elenco, parece que aprendeu algo nesses dez anos e consegue convencer como ator, mas são Emma Watson (como Hermione) e Rupert Grint (Rony Weasley) as grandes promessas da dramaturgia britânica, que não ficaram de maneira alguma na sombra dos grandes atores presentes na saga, como Alan Rickman, Meggie Smith, Jason Isaacs e Helena Bonhan Carter (Severo Snape, Professora McGonagall, Lucius Malfoy e Bellatrix Lestrange, respectivamente). Aliás, Alan Rickman se divertiu como nunca nesse papel e conseguiu emprestar ao asqueroso Professor Snape um tom quase afetado, mas nunca caricato. Um perfeito bruxo, que tem seu momento de redenção inesperado quando de sua morte – e que, confesso, mal desenvolvido no filme, uma de suas pouquíssimas falhas.

Falando em falhas, fica aqui minha indignação por não ter sido cortado o final “novela das 6” que tanto me enojou no livro, mas para aqueles fãs xiitas que citei anteriormente deve ter parecido um deleite, como a promessa de novas aventuras, dessa vez com os filhos de nossos heróis. Se ao menos eles tivesse colocado atores mais velhos ao invés de usar uma maquiagem sem vergonha no jovem trio, a cena soasse menos ridícula – e logo uma cena de fechamento daquela que, como eu disse lá em cima, é a maior saga cinematográfica da história – e ouso dizer que por muitos anos ela ainda o será.

Ah, se você quiser ir ver em 3D, aviso: o filme é apenas convertido em 3D e não filmado nessa tecnologia. Amigos meus que viram assim reclamaram do dinheiro jogado fora, além do fato do filme, cuja fotografia é propositadamente escura, ficou ainda mais escuro. Então, leve uma lanterna (brincadeira!).

Aqui um video emocionante dos bastidores dos últimos dias de filmagem. O sonho acabou...

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