terça-feira, 2 de agosto de 2011

Blu-Ray: afinal, que troço é esse?!

Quem me conhece e me acompanha no blog e em redes sociais, sabe que sou um apreciador da sétima arte e também da oitava (TV). E por conta desse apreço, coleciono DVDs e de um ano para cá BDs (Blu-Rays), o formato em alta-definição. Por isso costumo acompanhar sites e blogs especializados. Um deles, o Blog do Jotacê (BJC), é referência nacional no que se refere a essa arte (tanto a de se produzir quanto a de se colecionar essas mídias), e hoje publicou um post BOMBA a respeito de asneiras homéricas que a Folha de São Paulo publicou sobre o formato BD, numa coluna assinada pelo senhor Ricardo Feltrin.

Pedi então permissão ao Juliano Vasconcelos, dono do Blog, e ao Alexandre Prestes, autor do post, para publicar aqui parte do excelente artigo-denúncia, que pode ser lido na íntegra a partir desse link:

"Estamos em 2011. Já se passaram 5 anos desde o lançamento do Blu-ray e 3 anos desde que o formato venceu o HD-DVD na disputa pela hegemonia do mercado. E ainda assim parece que o público em geral e a imprensa não-especializada não compreende corretamente o que o Blu-ray é, tampouco conseguem absorver conceitos como filmes antigos em alta definição, aspectos de tela e granulação. O objetivo deste artigo será o de tentar esclarecer algumas dessas ideias, utilizando como ponto de partida a seguinte pérola do jornalismo online.

"No dia 28 de julho deste ano, o jornalista Ricardo Feltrin escreveu uma nota a respeito da qualidade dos Blu-rays nacionais em sua coluna na Folha de São Paulo. Pulando as notas sobre novelas, Xuxa e similares, lemos o seguinte:
Blu-ray com qualidade VHS não dá
Nas próximas semanas os estúdios e gravadoras nacionais deverão ser notificados por órgãos de defesa do consumidor. O motivo: uma prática de alguns estúdios, de vender filmes, shows e seriados em caixas com o selo blu-ray, quando a qualidade desses títulos é uma porcaria, ou em nada superior à dos DVDs comuns.
Pagar o dobro por nada
Acontece que isso vem ocorrendo em relançamentos de grandes clássicos (como “E o Vento Levou”) ou shows antigos (Dire Straits, Police, Iron Maiden etc). Acontece que nada disso é blu-ray e o consumidor está sendo lesado há pelo menos três anos. Nenhum relançamento que está nas prateleiras, anunciado como DVD Blu-ray, foi gravado originalmente em qualidade de 1280 pixels –a qualidade real do blu-ray. Ou seja, o consumidor compra blu-ray seu filme ou banda preferidos, põe no aparelho descobre que vai assistir tudo exatamente com a mesma qualidade de DVD comum, e ainda com duas torres pretas no vídeo, uma em cada lado da tela. Só que ele paga até 4 vezes mais por essa cópia tosca em blu-ray, do que pagaria se comprasse um DVD comum.
Ação contra o abuso
A ONG Pro Teste deve entrar esta semana com pedido de análise do material que está nas prateleiras das lojas. O órgão deve exigir que os estúdios coloquem um aviso na capa desses blu-rays, informando que esses DVDs não tem qualidade full HD. Uma decisão mais sábia que o consumidor deve tomar é sempre olhar no verso da caixa do dvd blu-ray qual é a “definição da gravação”: se não estiver escrito 1280 x 720, esqueça. Compre um DVD comum mesmo que a qualidade será absolutamente igual ao do pseudoblu-ray.
"A princípio, pensamos que o colunista está se referindo a coisas como esta. Porém, ao analisarmos melhor o texto, descobrimos que o autor deveria estar melhor assessorado. Vejamos:
Acontece que nada disso é blu-ray e o consumidor está sendo lesado há pelo menos três anos. Nenhum relançamento que está nas prateleiras (…) foi gravado originalmente em qualidade de 1280 pixels –a qualidade real do blu-ray.
"Alto lá! Primeiro, vamos entender uma coisa. A antiguidade do material não impossibilita o lançamento deste em Blu-ray com uma qualidade insuperável. Todos os filmes, boa parte dos espetáculos musicais e algumas séries mais antigas foram registradas em película. A película, sendo um meio não-digital, não possui uma resolução nativa, ao contrário do vídeo digital ou de mídias magnéticas como o VT utilizado em televisão. Um quadro em filme 35mm, dependendo da qualidade da película, pode equivaler a uma resolução de 3 a 12 milhões de pixels¹, enquanto a resolução máxima permitida no Blu-ray é de pouco mais de 2 milhões de pixels. Com esta informação em mente, fica fácil compreender que é sim possível converter shows e filmes antigos para vídeo digital de alta definição, desde que a origem do material seja película.

"Esta conversão é feita da seguinte maneira: o negativo original é colocado em um aparelho chamado motion picture film scanner, onde os fotogramas são escaneados em altíssimas resoluções como 2K (~ 2048 × 1556 pixels), 4K (~ 4096 × 3112 pixels) ou 8K (~ 8192 × 4320 pixels) e salvos em formato digital. Vejam no vídeo abaixo um equipamento deste tipo em operação:



"Já podemos perceber que a resolução do material bruto vai muito além dos 1920 x 1080 pixels do FullHD (e não “1280 pixels”, Sr. Feltrin, prestenção!), não havendo então nenhum impedimento em se transpor material antigo para o formato novo. Se houver restauração no negativo, podemos inclusive ter uma imagem muito mais próxima do que foi originalmente fotografado no momento da feitura do filme."

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